domingo, 24 de outubro de 2010

QUEM SÃO ELAS? O ABORTAMENTO ´POLÍTICO' DO ABORTO

imagem publicada - Uma mulher indiana, deitada, em uma maca, olha para um bebê branco, caucasiano, que ela gestou por 09 meses, e dele terá de se despedir nesse instante. Esta é uma das cenas do filme, produzido e dirigido pelo cineasta de Tel Aviv, Zippi Brand Frank, que examina as maneiras pelas quais a globalização e o hipercapitalismo da reprodução assistida, difundiu e complicou ainda mais a indústria da fertilização. Google Baby, no entanto, também é a crônica de uma ideia concebida por um empreendedor israelense chamado Doron, que entrou no negócio usando doadoras de óvulos dos Estados Unidos e barrigas de aluguel da Índia para atender aos "sem-filho" do mundo ocidental. A necessidade pode ser a mãe da invenção. Mas quem é o pai de uma criança quando o esperma vem de Israel, o óvulo dos Estados Unidos, e a gravidez de aluguel tem lugar em Gujarat, Índia? Bem vindos ao mundo real e capitalista dos nascimentos de bebês subcontratados no Oriente, via internet, para "fregueses e freguesas" do Ocidente.

Saindo de cena e entrando no debate

Já escrevi e reescrevo "todo mundo é um útero... todo útero é um mundo...". Mas precisamos afirmar que nem toda mulher é apenas um útero. Hoje, em tempos eleitorais, digo: "todas as mulheres são eleitoras, mas algumas podem ser mais que isso...". Elas podem escolher o que gestar e gerar para o mundo, para além de quaisquer macropolíticas, preconceitos ou ideologias. Como dizia poeticamente Walt Whitman: " uma mulher me espera: ela tem tudo, nada está faltando...", contrariando a imposição de uma posição de falta e castração. " Elas não tem um ponto a menos que eu,..."

Tenho estes dias um 'treco' entalado na garganta, ou melhor um "trem ruim", como dizem em minha terra natal. Essa desagradável sensação decorre da exploração política de um tema delicado. Uma questão feminina, que me é muito cara, sendo também importante e, bioéticamente falando, fundamental na vida humana. Para quem acredita na concepção primordial de Van Renssalear Potter que: "A BIOÉTICA É A CIÊNCIA DA SOBREVIVÊNCIA HUMANA", na perspectiva de defesa da dignidade humana e da qualidade da vida.

Aos que desconhecem a realidade vivida por muitas mulheres no Brasil acerca do abortamento, da interrupção da gravidez ou do que chamamos, com nossos reducionismos de "aborto", recomendo: assistam o documentário "QUEM SÃO ELAS", de Débora Diniz.

Usem 20 minutos de suas preciosas horas vividas, e respondam a essa indagação. Depois conversamos e discutiremos sobre o direito das mulheres que estão ou estiveram com fetos anencéfalos como questão de vida. E mais ainda a resposta à pergunta: quem já abortou? quem já tentou? quem são elas, estas mulheres que abortam?

Este documentário conta a história quatro mulheres, no período de 2 anos, tendo como fio condutor histórico de que todas vivenciam "força e resignação diante do luto precoce". E o título desse filme resultou da indagação de um Ministro do STF, que indaga: "quem são elas? eu, nunca as vi...". Foi no Supremo Tribunal de Justiça que a pergunta, com esta "superioridade", foi formulada. Em julho de 2004 a Justiça brasileira havia autorizado que mulheres grávidas de fetos anencéfalos interrompessem a gestação. Após quatro meses essa autorização foi abortada... por pressão e recursos conservadores...

Agora reedita-se uma posição de midiatização e espetáculo em torno da questão do aborto, de forma superficial e semelhante. Ao invés de um debate aberto com as forças conservadoras, o que assistimos é a biopolitização do tema. É a sua retomada como uma questão de opinião ou de convicção religiosa ou ideológica. Enquanto isso, elas continuam sendo mais vítimas que rés. Continuam sendo penalizadas com suas internações no SUS, onde chegam das clínicas clandestinas, ou seu padecimento físico e psíquico por serem impedidas de realizar uma antecipação de parto em casos de anencefalia...

Abortar o aborto do cenário político e introduzi-lo no cenário do debate bioético é imperioso para o momento brasileiro. Já que engravidamos a Mídia do tema Aborto, é a hora de falar, pensar e refletir sobre a interrupção da gestação. Vamos interrogar o dilema bioético: "quando começa a Vida?". Porém com um outro olhar e abordagem. E as respostas que ainda não temos poderá vir de um amplo debate nacional. 

Temos de construir uma visão bioética e não uma reedição conservadora e a falsa ideologização, que, sob o manto da sacralização, continuam a ser gestadas nas entranhas dos mais antigos mitos, as mais antigas tradições religiosas, dos mais reacionários modos gestão e controle biopolítico da vida.

Pela vida não deixei de lutar e isso traduz-se em meu artigo Direito à Vida do livro Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada, onde afirmo: "O Direito à Vida exige a segurança social, a habitação, condições de alimentação e sobrevivência com dignidade, condições, em um mundo de exploração hipercapitalista, necessariamente ligadas aos direitos econômicos, o que nos alerta permanentemente para uma defesa intransigente e aguerrida de que a Vida tem de ser protegida e, é dever de todos os Estados a sua promoção e qualificação"

Não podemos continuar confundidos na questão de um abortamento, com casos de estupro e anencefalia, por exemplo, pois em ambos já há previsão jurídica e penal. Mas ainda, em ambas situações, há alegações de cunho moral ou religioso, e deles devemos retirar quaisquer dos ranços de eugenia ou de seleção do melhores para a vida. E isso já apontei como uma ponte para o futuro no texto Apagar-se uma pessoa com Síndrome de Down.

Os tempos modernos que são vividos pelo corpo feminino, e seu devir, traçam novas cartografias pelos campos da reprodução assistida, das manipulações genéticas, da hiperexposição ou da negação de sexualidades, e, até, da exploração de úteros de aluguel, como nos mostra um duro documentário exibido pela HBO recentemente: //Google_Baby. Nesse documentário, com a imagem reproduzida acima, retrata-se o uso de úteros de mulheres indianas que são "mães de aluguel" da Índia oferecidas ao Ocidente via espermática de Israel pela Internet. O útero foi globalizado...

Recomendo a todos a leitura atenta do texto: Bioética e Aborto, de Debora Diniz (em Tópicos de Bioética), que nos esclarece sobre as diferentes formas de interrupção de gestação, que vão desde a Interrupção Eugênica da Gestação (ieg) até a Interrupção Voluntária da Gestação. Nesse texto podemos reconhecer os direitos reprodutivos das mulheres, as que, em princípio, deveríamos escutar e respeitar quanto às questões que envolvem sua singularidade, gênero, corpo e vida.

A autora nos mostra, com argumentação bioética, que: "...o respeito à autonomia reprodutiva é um princípio inalienável para qualquer decisão...", onde a legitimidade de um procedimento de antecipação, por exemplo, terapêutica é "uma vontade expressa da mulher".

 E, então, podemos responder aos ministros, aos bispos e aos políticos: - ELAS SÃO APENAS MULHERES COM DIREITOS HUMANOS, ONDE A AUTONOMIA E A TANGIBILIDADE DA VIDA SÃO FUNDAMENTOS PARA QUE CONTINUEM SENDO AS DOBRAS DE ONDE SE DESDOBRARAM OS HOMENS.

Quanto á escolha de quem nos dirigirá presidencialmente, se um homem ou uma mulher, afirmo que devemos e podemos escapar de mais um espetáculo macropolítico que se utilizará de dilemas morais para outros fins.

Tenho a esperança de todos brasileiros que olham, micropolíticamente, para o futuro que podemos gestar e parir. E se refluirmos para o paradigma da Exceção e dos Homo Sacer (Giorgio Agamben), tornando-se um grande risco biopolítico para a autonomia e para a igualdade de direitos, seja para a vida coletiva ou para a de cada um, que tenhamos a coragem de abortar..., para além de quaisquer dilemas, quaisquer formas ou práticas de autoritarismos ou ditaduras... Os eugenistas estão de prontidão ainda.

Aos nossos atuais representantes políticos, aos bispos, aos Ministros, aos que chamo de "sinistros" e "falsos" defensores da Vida, com todo respeito, é a hora de lutarmos pela concretização de um Conselho Nacional de Bioética. E, se tiverem coragem, convoquem as mulheres, cuja voz e direito foram cassados, para presidirem esse novo espaço político e ético. Tenho a certeza de que lá elas irão também implantar um novo paradigma estético e amoroso...

Saiamos, urgentemente, do uso banalizado do termo, deixemos o Estado Espetáculo, façamos uma outra cena: vamos, coletiva e individualmente, parar de abortar o aborto de nossas mentes conservadoras, parar de negar suas realidades multifacetadas em um país de muitas ''caras''....

Vamos afirmar que, hoje, vejam a pesquisa abaixo, o aborto não mais apenas uma "opinião", é um grave problema da Saúde Coletiva no Brasil. E ainda podemos criar em breve alguns meios internáuticos de produção de seres serializados, eugênicos e de ''baixo custo", usando o Facebook, o Twitter e até o Orkut, bastando para isso manter a situação de miséria, analfabetismos, exclusões e desfiliações sociais, especialmente de mulheres... Virá, então, o útero cibernético, de mulheres pobres, naturalmente!.

copyright jorgemarciopereiradeandrade (favor citar as fontes e autores em reproduções livres pela internet ou meios de comunicação de massa)

INDICAÇÕES, ver, repensar, refletir, recomendar:

QUEM SÃO ELAS? - documentário - Debora Diniz - Imagens Livres - 2006 (20 min)
UMA HISTÓRIA SEVERINA - documentário - Débora Diniz & Eliane Brum - Imagens Livres -
À MARGEM DO CORPO - documentário - Debora Diniz - Imagens Livres - 2006 (43 min)
HABEAS CORPUS - documentário - Debora Diniz & Ramon Navarro - Imagens Livres - 2005 (20 min)
HOMO SAPIENS 1900 -, documentário - Peter Cohen - Versátil Home Videos - Suécia, 1988.
//GOOGLE_BABY - documentário - Zippi Brand Frank - HBO - 2007.

contatos para os filmes Debora Diniz:
www.anis.org.br
Google_Baby:
http://www.hbo.com/documentaries/google-baby/index.html
A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência Comentada - https://www.bengalalegal.com/comentada.php

Fontes bibliográficas -
- Bioética e Saúde- novos tempos para mulheres e crianças - Fermin Roland Scharamm e Marlene Braz, Editora Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, 2005.
- Ensaios: Bioética- Sérgio Costa e Débora Diniz , Editora Brasiliense &Letras Livres, São Paulo/Brasília, 2006.
- Princípios de Ética Médica - Tom Beauchamp & James Childress, Edições Loylola, São Paulo, SP, 2002
- Tópicos em Bioética - Sérgio Costa, Malu Fontes e Flavia Squinca (orgs), Letras Livres, Brasília, DF, 2006.
- Introdução Geral à Bioética- História, Conceitos e Instrumentos - Guy Durand, Edições Loylola/Centro Univ. São Camilo, São Paulo, SP, 2007.
- A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência Comentada - Ana Paula C. Resende e Flavia Maria P. Vital - Corde/SEDH, Brasilia, 2008.


PESQUISA NACIONAL DE ABORTO é uma pesquisa nacional desenhada para representar o que ocorre na vida reprodutiva das mulheres urbanas alfabetizadas de 18 a 39 anos no Brasil, cuja pergunta principal é Você já fez Aborto?
Os resultados referem-se ao ano de 2010, no Brasil urbano.
FONTE

*Ao completar 40 anos cerca de uma em cada cinco (mais exatamente, 22%) das mulheres já fez um aborto.

*Contrariamente a uma idéia muito difundida, o aborto não é feito apenas por adolescentes ou mulheres mais velhas. Na verdade, cerca de 60% das mulheres fizeram seu último (ou único) aborto no centro do período reprodutivo, isto é, entre 18 e 29 anos, sendo o pico da incidência entre 20 e 24 anos (24% nesta faixa etária apenas).

*Como abortar é um fato cumulativo, naturalmente a proporção de mulheres jovens que já fizeram um aborto ao longo da vida é menor, mas ainda assim é alta, sendo 6% entre as mulheres com idades entre 18 e 19 anos. Em outras palavras, já no início da vida reprodutiva uma em cada 20 mulheres fez aborto.

*A maior parte das mulheres que realizou aborto teve filhos.

*A PNA também mostrou que há uma distribuição espacial clara sobre a prática do aborto. Sua prática é mais comum nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e tem menor incidência na região Sul do país.

*Os níveis de internação pós-aborto são elevados e colocam indiscutivelmente o aborto como um problema de saúde pública no Brasil. Cerca de metade das mulheres que fizeram aborto recorreram ao sistema de saúde e foram internadas por complicações relacionadas ao aborto.

*A incidência de aborto entre as mulheres de diferentes religiões é praticamente igual.

*Como a PNA reflete a composição religiosa das mulheres urbanas brasileiras, pouco menos de dois terços das mulheres que fizeram aborto são católicas, um quarto protestantes ou evangélicas e menos de um vigésimo, de outras religiões.

*Cerca de metade das mulheres que fizeram aborto utilizaram algum tipo de medicamento para induzi-lo. Os abortos ilegais realizados com medicamentos tendem a ser mais seguros que os que utilizam outros meios, em particular quando o medicamento usado é o misoprostol, popularizado no Brasil na década de 1990. Se fossem feitos sob atenção médica adequada, seriam extremamente seguros.

*Os níveis de internação pós-aborto são elevados e colocam indiscutivelmente o aborto como um problema de saúde pública no Brasil. Cerca de metade das mulheres que fizeram aborto recorreram ao sistema de saúde e foram internadas por complicações relacionadas ao aborto.

*Cerca de 8% das mulheres do Brasil urbano foi internada em razão do aborto realizado.

Se o aborto seguro fosse garantido, a maior parte dessa internação poderia ser evitada.

DIA 28 DE SETEMBRO - DIA INTERNACIONAL PELA DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO NA AMÉRICA LATINA E CARIBE.


DADOS ATUALIZADOS EM 2016 - PESQUISA NACIONAL DO ABORTO-


LEIAM TAMBÉM NO BLOG - 


RISCOS DE UMA ANENCEFALIA DA/NA  JUSTIÇA SUPREMA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2012/04/riscos-de-uma-anencefalia-dana-justica.html

EUGENIA - COMO REALIZAR A CASTRAÇÃO DE MULHERES E HOMENS COM DEFICIÊNCIA? http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2013/01/eugenia-como-realizar-castracao-e.html

terça-feira, 5 de outubro de 2010

UM PEDAÇO DE GIZ NA TELA DIGITAL - Dia Mundial do(a) Professor(a)


Imagem publicada - uma professora afegã, representada no filme 11 de Setembro, 11 minutos, 9 segundos e um frame (fotografia que forma a imagem em movimento), no curta de Samira Makhmalbaf, cineasta iraniana, com seus alunos realizando um ato ético de respeito à um momento histórico do ocidente, diante de uma chaminé de uma olaria (onde se fazem tijolos de barro), com 01 minuto de silêncio pelas vítimas norte-americanas do World Trade Center.

" O professor é aquele que faz brotar duas idéias onde antes só havia uma". (Elbert Hubbard)


Hoje dia 05 de outubro comemora-se o Dia Mundial do Professor, mais um dia ao qual expresso minha homenagem e minha lembrança para todos e todas que me fizeram brotar ideias e afetos.

A minha primeira lembrança, ao tomar contato com esta comemoração mundial, é de uma frase que lancei ao ar, há muitos anos atrás, em palestra na UERJ, justamente para homenagear professoras e professores presentes: " me lembro, hoje, com carinho de minhas primeiras professoras como quem deve se lembrar de um(a) lapidador(a)... pois se acredito que somos todos diferentes pedras preciosas in natura, somos também qual pequeninos diamantes que com a devida e afetuosa lapidação educacional, podemos ver retiradas nossas jaças e nossas carapaças de qualquer ordem... 

E digo que: quem sabe se foi por essas mãos-guias, que serão na maioria das vezes esquecidas, é que, talvez, um dia possamos realmente brilhar e encantar no futuro... e/ou, então, ao descobrirmos nossas imperfeições e diferenças, singular e eticamente, re-conhecer que somos capazes de produzir falsos valores e falsas admirações..."

Hoje, portanto, deveríamos nos lembrar de quem nos ajudou ou ajuda nas nossas "lapidações da subjetividade''. Estes que, só aparecem na mídia, como responsabilizados por falhas na educação, ou então quando exercem seu direito de greve por melhores condições de trabalho ou de salários.

Quanto ganha hoje uma professora da educação fundamental? Na minha terra natal eram as chamadas professoras ''primárias'', tinham uma respeitabilidade e papeis sociais reconhecidos. Isso acompanhado de um salário digno e classes com um número de alunos diferente da dura realidade de hoje. 

Eram, merecida e reflitamente, nossas segundas projeções de afeto e de respeito, vinham logo após nossas mães e familiares, mas hoje temos ou preservamos esse respeito reverencial e amoroso para com os nossos mestres ou mentores?


Segundo notícia do Jornal o Globo: "Até 2015, 99 países vão precisar de mais 1,9 milhão de professores em sala de aula para conseguir universalizar a educação básica".Qual será a atitude política que todos os Governos, em especial dos países emergentes e em desenvolvimento para dar respota a essa urgência mundial? Para a Unesco " o tema das comemorações deste ano é A Reconstrução Começa pelos Professores. 

A intenção é destacar o papel crucial que os educadores desempenham em áreas que estão em situação de emergência, em momentos pós-conflitos e de crise social, econômica ou humanitária". E essa afirmação da reconstrução é um dos principais exercícios no Haiti Vivo e em seu ressurgimento pós-terremoto.

Há um lindo exemplo dessa reconstrução e construção de novas subjetividades no curta de Samira Makmalbaf no filme sobre o 11 de Setembro, com 11 minutos de curta metragem, por 11 diretores de cinema de diferentes nacionalidades.

Nesse curta Samira traz uma professora de refugiados afegãos em uma olaria, que ao fazerem tijolos, tem uma improvisada sala de aula, onde ela, após arrebanhar as crianças, meninos e meninas, os leva a fazerem um minuto de silêncio pelas vítimas do atentado terrorista em Nova York.


As crianças sentadas sobre os tijolos que amassaram com os próprios pés nos dão, nesses 11 minutos, a lição de uma eternidade da capacidade de uma educadora no respeito ético à vida humana, apesar do temor de que eles próprios pudessem ser ''destruídos' pelos EUA.

Ao final todos olham para um torre de tijolos, uma chaminé e sua fumaça negra, que se ergue qual uma das torres gêmeas apontando para o futuro de nossa humanidade. É uma alegoria do que ainda poderemos construir dentro de uma visão de inclusão, ecosofia, bioética e respeito aos direitos humanos no ato de educar. A cada um de nós caberá amassar, com muito carinho e intensidade, nossos próprios tijolos da subjetividade produzida na reconstrução de um outro mundo possível. Sempre com o respeito às pessoas que nos educam e suas escolas.

Ouçamos a professora que ecoa em nossos inconscientes, e que Samira nos apresenta: "... Venham crianças para a classe. Vocês não podem parar bombas atômicas apenas com esses tijolos..." E nós o que podemos começar a construir de futuro se abraçarmos amanhã, e depois, com todo respeito e carinho, um professor ou professora?

Talvez possamos olhar, juntos, para a reconstrução de nossas próprias humanidades, micropolitica e molecularmente, para além de todas as biopolíticas e todas as suas artimanhas. Talvez nos colocando diante do futuro, pessoal e coletivamente, digamos em coro, olhando para a estrada aberta, que queremos aprender a aprender a mudar o mundo globalizado. E, então, brotarão não mais duas, mas múltiplas, diversas, diferentes e criativas idéias... E aí surge a Educação Inclusiva...

UMA ÚLTIMA PERGUNTA: diante das notícias sobre as opiniões sobre o aborto e sua criminalização, os que se candidatam a ser nosso futuro presidente(a) não precisam de alguma forma de um bom professor(a) para sua lapidação bioética?

copyright jorgemarciopereiradeandrade (favor citar a fonte em republicações livres na internet ou por outros meios de comunicação de massa, favorecendo um outro modo de produzir a difusão e socialização de conhecimentos)

DIA MUNDIAL DO PROFESSOR
http://www.5oct.org/index.php/es/inicio

UNIVERSALIZAR A EDUCAÇÃO BÁSICA REQUER 1,9 MILHÃO DE NOVOS PROFESSORES ATÉ 2015, ESTIMA UNESCO:
http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2010/10/05/universalizar-educacao-basica-requer-1-9-milhao-de-novos-professores-ate-2015-estima-unesco-922707319.asp

SAMIRA MAKHMALBAF
http://www.makhmalbaf.com/persons.php?p=4

11 de SETEMBRO - 11'9'1 - CURTA METRAGEM
http://omelete.com.br/cinema/i11-de-setembroi-os-curtas-metragens

LEIA(M) TAMBÉM SOBRE O TEMA NO BLOG:

TIROS REAIS EM REALENGO: A VIOLÊNCIA É UMA PÉSSIMA PEDAGOGA 
http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/04/imagem-publicada-imagem-de-bracos-e.html

O JUQUINHA E SUA CADEIRA - POR UMA EDUCAÇÃO DIFERENTE 
http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/07/juquinha-e-sua-cadeira-por-um-educacao.html

DIREITOS HUMANOS COMO QUESTÃO PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/05/imagem-publicada-uma-foto-de-tres.html

POR QUE AS TECNOLOGIAS NOS AFETAM? 

http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2010/04/por-que-as-tecnologias-nos-afetam.html

A EDUCAÇÃO DE PÉS DESCALÇOS
http://infoativodefnet.blogspot.com.br/2011/06/educacao-de-pes-descalcos.html